sábado, 31 de março de 2012




CRÔNICA AO CERIMONIALISTA


" Quem é aquele a quem se curvam os reis, majestades, presidentes, governadores, autoridades..., para ouvir, segregando ao ouvido?
De que força se reveste esse desconhecido, discreto, recostando-se aos cantos, atendendo sem discussão, a um curto aceno?
Qual mistério que envolve esse alguém, que autoridade não é, mas a elas orienta os cumprimentos, a expressão, o vestir, o modo de falar, o momento de sorrir, o caminho a percorrer, o assento a ser usado, proceder à mesa?
Quem é esse que com perspicácia transforma uma gafe em "um momento de descontração", que muda o ambiente simplista, tornando-o formal, revestido de importância e respeito, que antecipa detalhes com antecedência para evitar improviso?
Que extraordinária força exerce para definir os pratos e a ordem dos pratos, como recepcionar e ser recepcionado, como participar de almoços e jantares, café e drinks, como servir e atender?
De que vasto conhecimento é dotado esse ser humano, para decidir estilos e qualidades? Como pode dominar o quê, quem e como convidar?
Esse, que tem sempre um sorriso nos lábios, alegria nos olhos, respostas rápidas e soluções precisas, é o CERIMONIALISTA. Um misto de conselheiro e orientador, planejador e relações publicas, orador e escritor, poeta e sonhador, num exemplo resumido de pequenina parte das suas funções.
Ele, que conhece as precedências, os gestos e preceitos, as honrarias e privilégios, os símbolos do poder;
Ele, que domina o tratamento, as fórmulas de cortesia, a relação e a expressão oficial, a linguagem e a diplomacia;
Ele, que obedece regras e as transforma, cria e modifica, busca a evolução, a modernização;
Ele, que tem o dom de capturar a cultura dos povos, que dignifica as reverências e refinamentos, mas que sublima sobretudo a convivência entre as pessoas.
Sim, é ele quem planeja, organiza, executa, avalia e ao final, senta-se à última poltrona, sorrindo para si mesmo, no silêncio do salão, agora deserto, ouvindo o bater do seu próprio coração e o ressoar dos últimos passos da platéia para dizer:
Obrigado meu Deus, por ter-me permitido Não falhar"

"Autor desconhecido"

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